o perigo dos falsos cognatos culturais

Aprender um idioma vai muito além de traduzir palavras — é mergulhar em outra cultura. E é aí que nascem os “falsos cognatos culturais”: expressões que parecem simples, mas carregam significados diferentes em outros contextos. Um exemplo clássico? Dizer “abraços” no final de uma mensagem para um estrangeiro.

Parece inofensivo, certo? Mas em alguns países, essa despedida pode soar pessoal demais, até mesmo íntima ou inadequada em contextos profissionais.

Por que “abraços” pode soar estranho para um estrangeiro?

No Brasil, terminar uma conversa com “abraços” é uma forma amigável e calorosa de mostrar afeto. Já para um americano, britânico ou alemão, “hugs” é algo reservado a familiares, amigos próximos ou parceiros românticos.

Em um e-mail profissional, por exemplo, encerrar com “Hugs, John” pode parecer exagerado ou causar estranhamento. Por isso, compreender o nível de formalidade e a carga emocional das expressões é fundamental.

Cultura e linguagem: quando o carinho vira confusão

A linguagem é o reflexo direto da cultura. E enquanto o brasileiro valoriza o calor humano, a proximidade e o toque físico, muitas culturas preferem manter distância emocional — principalmente em ambientes de trabalho.

Então, o que soa como carinho no português pode soar como invasão no inglês. Entender essa linha tênue entre afeto e formalidade é um dos maiores desafios da comunicação intercultural.

O que os estrangeiros realmente entendem por “hugs”?

Na cultura americana, “hugs” é uma palavra carregada de emoção. Ela implica um gesto físico e íntimo — literalmente abraçar alguém. Portanto, quando escrita em uma mensagem, carrega a mesma intenção.

Imagine receber um e-mail de um colega de trabalho dizendo:

“Thank you for your help, hugs!”

Soaria informal, até constrangedor. O que o brasileiro quer dizer é apenas um “abraço amigável”, mas para o estrangeiro, isso é um nível de proximidade que não existe ali.

O poder das expressões culturais no aprendizado de idiomas

Dominar um idioma é entender não só a gramática, mas o contexto emocional e cultural das palavras. É o que diferencia quem fala inglês corretamente de quem se comunica com naturalidade.

Saber quando usar uma expressão — e quando não usar — é o que te faz soar fluente de verdade.

Como evitar gafes em mensagens e e-mails internacionais

Se o objetivo é soar profissional e simpático ao mesmo tempo, há várias formas de se despedir sem causar desconforto. Veja algumas alternativas:

  • Best regards (Atenciosamente / Cordialmente)

  • Kind regards (Um pouco mais caloroso, mas ainda formal)

  • Take care (Cuide-se — casual, porém neutro)

  • Cheers (Usado entre colegas e amigos próximos, comum no Reino Unido)

  • All the best (Mais amigável e positivo)

Evite “hugs”, “kisses” ou qualquer expressão física a menos que haja intimidade real com a pessoa.

As diferenças culturais na hora de se despedir

A forma como nos despedimos reflete como enxergamos os relacionamentos.
Enquanto o brasileiro valoriza a emoção, o europeu valoriza a etiqueta social e o americano, a objetividade.

Essas diferenças se tornam ainda mais evidentes no ambiente de trabalho. Uma simples assinatura de e-mail pode comunicar mais sobre você do que imagina.

“Hugs”, “Cheers” ou “Best regards”? Entenda o contexto

Cada despedida tem o seu lugar. O segredo é ler o contexto:

  • Em e-mails formais, prefira “Best regards” ou “Kind regards”.

  • Em comunicações casuais, “Cheers” funciona bem.

  • Em mensagens pessoais, “Take care” é amistoso e seguro.

Com o tempo, você vai perceber que a linguagem é como um espelho: reflete o que você quer transmitir — e o quanto quer se aproximar.

Expressões afetuosas em inglês (e quando usá-las)

Situação Expressão recomendada Nível de formalidade
E-mail profissional Best regards / Kind regards Alta
Conversa entre colegas Cheers / Take care Média
Mensagem para amigo próximo Hugs / Lots of love Baixa
Rede social / comentário leve XO / Love ya Informal

Essa tabela pode te salvar de situações embaraçosas!

O papel da empatia na comunicação intercultural

Empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro — e isso também vale na linguagem.
Antes de enviar uma mensagem, pergunte-se: como isso soaria para alguém de outro país?

Comunicar-se bem é mais sobre respeito cultural do que sobre tradução literal.

Exemplos práticos: e-mails, mensagens e redes sociais

Exemplo 1 – E-mail profissional

❌ “Thank you for your time! Hugs, Maria”
✅ “Thank you for your time! Kind regards, Maria”

Exemplo 2 – Conversa entre amigos

✅ “Hope you’re doing great! Hugs, Ana”
(Nesse caso, o contexto pessoal permite.)

Exemplo 3 – LinkedIn

❌ “Abraços a todos!”
✅ “Wishing you all the best!”

Essas pequenas adaptações fazem uma grande diferença.

Palavras que não têm tradução literal (e por que isso importa)

Algumas expressões simplesmente não têm equivalente direto em outro idioma.
“Abracinho”, “saudade”, “jeitinho”, “cafuné” — todas refletem sentimentos e nuances únicas da cultura brasileira.

O segredo é adaptar o sentido, e não forçar a tradução.

Como adaptar seu tom de voz ao público estrangeiro

Antes de escrever ou falar, pergunte-se:

  • Qual o nível de formalidade dessa conversa?

  • Tenho intimidade com essa pessoa?

  • Essa expressão existe no idioma dela?

O tom de voz certo é aquele que mantém sua autenticidade, mas respeita o contexto cultural.

Erros comuns de brasileiros ao falar inglês

  1. Traduzir expressões ao pé da letra.

  2. Usar “hugs” em contextos formais.

  3. Dizer “I’m graduated” em vez de “I graduated”.

  4. Cumprimentar com “Good night” em vez de “Good evening”.

  5. Achar que “actually” significa “atualmente”.

São detalhes pequenos, mas que fazem toda a diferença na fluência e na credibilidade.

Conclusão: mais do que traduzir, é sobre compreender o outro

Dizer “abraços” para um gringo pode parecer apenas uma escolha de palavras — mas, na verdade, é uma lição sobre empatia, cultura e conexão.
Aprender um idioma é aprender como o outro pensa, sente e se comunica.

Portanto, da próxima vez que for escrever um e-mail ou mensagem em inglês, lembre-se: não é só sobre gramática. É sobre respeitar o espaço emocional do outro, e ao mesmo tempo, deixar a sua marca de gentileza e autenticidade.

Prof.

Fluency Inglês

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